https://repositorio.ufba.br/handle/ri/11914
Tipo: | Dissertação |
Título: | Afinal, para que educar o Emílio e a Sofia?: Rousseau e a formação dos indivíduos |
Autor(es): | Rodrigues, Alexnaldo Teixeira |
Autor(es): | Rodrigues, Alexnaldo Teixeira |
Abstract: | O presente estudo tem como objetivo analisar a forma como Rousseau, no livro O Emílio ou da Educação, constrói o homem e a mulher ideal na virada da modernidade democrática, mediante uma proposta educativa, moral e política com base na diferenciação sexual. Por certo, as idéias educativas do genebrino podem ser investigadas por matizes diversos, a exemplo das investigações que procuram estudar o órfão criado pelo preceptor, personagem principal da obra, de forma isolada. O caminho que pretendemos trilhar segue uma abordagem hermenêutica-dialética e aponta para uma interpretação dos personagens da obra educativa, a saber: Emílio e Sofia, em estreita relação. Procuramos uma visão unitária da obra e das implicações morais, políticas e pedagógicas do pensamento rousseauniano e do contexto em que foram gestadas. Ademais, a educação e a moral diferenciada para os sexos se definem a partir de um suporte específico da natureza humana que, em muitos casos, nos remete a um referencial biológico que contribui, no final das contas, para que o Emílio e a Sofia — enquanto modelos identificatórios do masculino e do feminino — tornem-se desiguais e tenham estes papéis e posições excludentes na sociedade. Desta sorte, observamos que, enquanto a educação do Emílio tem como finalidade a liberdade e a felicidade encontradas no exercício da cidadania, a educação da Sofia a torna, baseada em um conjunto de normas de conduta, uma mulher dócil, virtuosa, submissa e responsável pela manutenção do espaço privado. No plano moral e político, o “afeminamento dos costumes” e a flagrante substituição das virtudes militares e civis pelas qualidades identificadas como intrinsecamente femininas (superficialidade, sensibilidade e aparência) justificaram o temor de Rousseau quanto à ascensão da mulher na esfera pública. Entretanto, na tensão entre emancipação e conformação feminina, o filósofo genebrino procurou se eximir de toda acusação de desprezo às mulheres ao identificá-las como potência civilizadora cuja ação se dava na família, célula mater da sociedade. Deveras, a pretensa debilidade feminina, na obra o Emílio, não é definida pelo filósofo como um postulado, mas como um “princípio estabelecido pela natureza”, ou melhor, por laços que só podiam ser entendidos em termos lógicos. No Discurso Sobre as Ciências e as Artes, Rousseau nos diz que a ascendência da mulher não era um mal em si: bem dirigida, poderia produzir na ordem inversa a mesma proporção do mal que causara à sociedade. Para isso a mulher deveria aprender o que era a grandeza de alma e de virtude, com o fim de dar à Pátria cidadãos e não homens inúteis. |
Palavras-chave: | Filosofia Moral Educação Cidadania Feminismo Iluminismo Feminism Citizenship Education Philosophy Rousseau Iluminisms |
URI: | http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11914 |
Data do documento: | 2007 |
Aparece nas coleções: | Dissertação (PGEDU) |
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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