Características da dor e fatores associados em indivíduos com e sem infecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humano Tipo 1 (HTLV-1)

Abstract

O vírus linfotrópico de células T humano tipo 1 favorece ás condições dolorosas crônicas. Objetivo: Descrever clínica e epidemiologicamente a dor em pacientes infectados pelo HTLV-1 e identificar as características da dor crônica nesses pacientes e compará-lo com indivíduos sem o vírus. Método: revisão sistemática com base na Declaração de Prisma. Quatro sujeitos pesquisaram no PUBMED, SCIELO, LILACS e BIREME dados de estudos observacionais (n≥30) relacionados á prevalência, características e fatores associados á dor, utilizando os termos gerais: dor e HTLV. E estudo transversal com indivíduos acompanhados ambulatório multidisciplinar HTLV, divididos em três grupos: HAM/TSP, assintomáticos, oligossintomáticos e grupo de comparação de doadores de sangue, pareados por sexo e idade. Todos os indivíduos apresentaram dor crônica (>6 meses).Resultado: 2.694 artigos foram lidos e destes 7 preencheram os critérios de inclusão. A região das costas foi a mais frequente com a dor (53%) e foram citadas dor nociceptiva e neuropática grave para 40% dos indivíduos. No estudo transversal os dados sociodemográficos foram homogêneos entre os grupos, exceto em educação e nível ocupacional. A dor nociceptiva foi mais freqüente no estudo e a dor neuropática esteve presente em membros inferiores de indivíduos com o vírus, ausente nesta região no grupo comparação. O grupo oligossintomático apresentou uma dor difusa e sintomas depressivos; e impacto na capacidade funcional, saúde geral e aspecto social do grupo HAM/TSP. Conclusão: A revisão da literatura demonstrou uma dor frequentemente nociceptiva, principalmente na região das costas dos indivíduos infectados pelo HTLV-1, muitas vezes, referida como grave. O estudo transversal observou queixas de dor neuropática nos membros inferiores de infectados com o vírus, dor difusa associada a sintomas depressivos no grupo oligossintomático e impacto negativamente na qualidade de vida de indivíduos com HAM/TSP.