Campo DC | Valor | Idioma |
dc.contributor.advisor | Aquino, Estela Maria Motta Leão de | - |
dc.contributor.author | Goes, Emanuelle Freitas | - |
dc.creator | Goes, Emanuelle Freitas | - |
dc.date.accessioned | 2019-03-26T18:43:38Z | - |
dc.date.issued | 2019-03-26 | - |
dc.date.submitted | 2018-01-19 | - |
dc.identifier.uri | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29007 | - |
dc.description.abstract | O racismo reforça as desigualdades sociais e atua de forma interseccional com outras opressões, afetando mulheres negras, pobres e moradoras das periferias urbanas. No Brasil, pesquisas sobre desigualdades sociais em saúde privilegiam determinantes socioeconômicos, não valorizando a dimensão étnico-racial e o racismo como produtores destas desigualdades. No país, são incipientes as investigações que tratam do acesso aos serviços de saúde reprodutiva e que os avaliam, comparando mulheres negras e brancas. Sobre o tema do aborto, a lacuna da produção científica ainda é maior, pois embora as pesquisas apontem como as negras estão mais expostas a práticas inseguras de interrupção da gravidez e ao maior risco de morrer por suas complicações, poucos discutem como o racismo afeta esta experiência reprodutiva. A presente tese busca suprir esta lacuna, investigando o efeito do racismo na produção de condições mais desfavoráveis para as mulheres negras quanto ao contexto da gravidez, à busca por cuidados e ao acesso aos serviços de saúde no momento do abortamento. O presente estudo integra uma investigação mais ampla, a pesquisa GravSus.NE, estudo multicêntrico realizado em Salvador, Recife e São Luís, de corte transversal que entrevistou com mulheres com 18 anos e mais, internadas com quadros deabortamento ou complicações dele decorrentes, independente da sua gravidade e do tipo de aborto(espontâneo ou provocado). Os resultados são apresentados sob a forma de três artigos: no primeiro realizou-se uma análise descritiva do contexto reprodutivo, da gravidez e do aborto das mulheres, comparando pretas, pardas e brancas; o segundo analisa as barreiras individuais enfrentadas pelas mulheres na busca do primeiro atendimento para o cuidado pós-aborto, segundo raça/cor; o terceiro analisa as barreiras institucionais enfrentadas pelas mulheres para acesso à internação hospitalar no pós-abortamento. As mulheres pretas, relativamente às brancas são menos escolarizadas e unidas, estando as pardas em situação intermediária. Também as primeiras informam atitudes mais negativas diante da gravidez, assim como dos seus parceiros e das suas famílias. Relativamente às brancas, mulheres pretas relataram mais o aborto como tendo sido provocado, assim como sua realização mais tardia. Quanto às barreiras pessoais na busca de cuidados para o primeiro atendimento pós-aborto as mulheres pretas e pardas apresentam maiores dificuldades e estão expostas à situação de vulnerabilidades. Comparativamente às brancas, as mulheres pretas citaram como principais barreiras “não ter dinheiro para transporte” e “medo de ser maltratada no serviço”, e as pardas “não ter com quem deixar os filhos”. Mulheres negras, relativamente às brancas chegaram em piores condições de saúde ao hospital e informaram ter enfrentado barreiras institucionais para internação, por todos os motivos analisados. Ter se declarado de cor preta permaneceu associado a estas barreiras, mesmo após ajuste pelos demais fatores investigados. O estudo evidencia que o racismo e suas manifestações atravessam o percurso reprodutivo das mulheres negras com abortamento, estando elas em contextos menos favoráveis à continuidade da gravidez e apresentando maiores dificuldades pessoais na busca de cuidado e finalmente no acesso à atenção hospitalar para efetivação dos cuidados pós-aborto. As reivindicações pela legalização do aborto não podem estar descoladas do enfrentamento do racismo que estrutura a sociedade brasileira, nas suas diversas formas. A luta pelo acesso integral à saúde reprodutiva precisa compor a bandeira de reivindicações do movimento de mulheres e feministas. Pesquisas futuras precisam debruçar-se sobre o efeito do racismo na vida reprodutiva das mulheres negras e nas práticas de saúde, assim como analisar como a interação das discriminações raciais e do estigma do aborto impacta o acesso aos serviços de saúde e a qualidade do cuidado recebido. | pt_BR |
dc.language.iso | pt_BR | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.subject | Racismo | pt_BR |
dc.subject | Aborto | pt_BR |
dc.subject | Direitos Reprodutivos | pt_BR |
dc.subject | iInterseccionalidades | pt_BR |
dc.subject | Discriminação | pt_BR |
dc.subject | Vulnerabilidades | pt_BR |
dc.subject | Desigualdades | pt_BR |
dc.title | Racismo, aborto e atenção à saúde: uma perspectiva interseccional. | pt_BR |
dc.type | Tese | pt_BR |
dc.embargo.liftdate | 10000-01-01 | - |
dc.contributor.referees | Menezes, Greice Maria de Souza | - |
dc.contributor.referees | Souzas, Raquel | - |
dc.contributor.referees | Ribeiro, Denise de Almeida | - |
dc.contributor.referees | Barbosa, Maria Ines da Silva | - |
dc.publisher.departament | Instituto de Saúde Coletiva | pt_BR |
dc.publisher.program | Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva | pt_BR |
dc.publisher.initials | ISC-UFBA | pt_BR |
dc.publisher.country | brasil | pt_BR |
dc.subject.cnpq | Saúde Coletiva | pt_BR |
Aparece nas coleções: | Tese (ISC)
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