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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34281
Tipo: Dissertação
Título: Desemprego e suicídio na população brasileira em um cenário de crise do capitalismo.
Autor(es): Barreto, Antonio Angelo Menezes
Autor(es): Barreto, Antonio Angelo Menezes
Abstract: Nas últimas três décadas do século XX, o capitalismo vivenciou uma série de transformações sócio históricas que impactaram de modo significativo no mundo do trabalho. No ano 2008, eclodiu uma crise financeira nos Estados Unidos (EUA), que acabou minando muitas das instituições financeiras neste país, e prejudicando boa parte do sistema financeiro mundial. Um dos desfechos que se tem verificado em virtude da crise global do capitalismo é o desemprego. Compreendendo que a saúde é determinada socialmente é que muitos estudos vêm avaliando mudanças no comportamento suicida relacionadas a crises econômicas e sua associação com o desemprego, notadamente. O nosso estudo tem como objetivo estimar a associação entre desemprego e ocorrência de suicídio na população brasileira em período anterior (2011-2013) e durante a crise econômica de 2014 a 2016. Trata-se de um estudo de corte transversal, utilizando-se os registros de óbitos por suicídio da população brasileira para o período de 2011 a 2016. Os dados de mortalidade foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS), codificados segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, na sua décima revisão (CID-10). Os resultados evidenciaram que o perfil de suicídio da população brasileira no período de crise foi semelhante ao perfil no período pré-crise, em certos aspectos – homens e raça/cor branca – e distinto em outros – mulheres, grupo de idade, raça/cor, escolaridade, estado civil e situação de ocupação (ocupado e desocupado). Ao longo do período 2011-2016, os Coeficientes de Mortalidade (CM) por suicídio em pessoas empregadas e desempregadas evoluíram de tal forma que é possível identificar um aumento percentual nos dois grupos. Em ambos os períodos, as ocupações de aposentado/pensionista, dona de casa, trabalhador agropecuário em geral, trabalhador volante da agricultura, pedreiro e estudante foram as seis com maior proporção de casos de suicídio. Os nossos resultados não estão totalmente alinhados com os dos outros estudos revisados. Na qualidade de convergência, podemos citar o aumento na taxa de suicídio geral no período de crise, e em particular, um maior aumento nas taxas de suicídio entre pessoas desempregadas quando comparado as empregadas; o risco de suicídio nas ocupações de donas de casa e de trabalhadores/as da agropecuária; o fato de os CM por suicídio serem mais elevados na população indígena quando comparados a outras categorias da variável raça/cor; maior proporção de casos de suicídio e um maior risco de mortalidade por suicídio entre os homens. Contudo, os nossos achados divergem de estudos que encontraram um maior risco de suicídio para empresários e alguns funcionários de alta patente, para o período de crise econômica. A análise ajustada pelas covariáveis identificou menores chances de ocorrência de suicídio entre desempregados em relação aos empregados, tanto no período pré-crise quanto no período de crise econômica. Embora os resultados encontrados, para o período de crise, tenham apresentado significância estatística, sugerindo a existência de associação não-casual entre desemprego e suicídio, não se pode afirmar que o desfecho estudado sofra efeitos do desemprego.
Palavras-chave: Crise do Capitalismo
Crise Econômica
Desemprego
Suicídio
CNPq: Saúde Coletiva
País: brasil
Sigla da Instituição: ISC-UFBA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34281
Data do documento: 27-Set-2021
Aparece nas coleções:Dissertação (ISC)

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