Concepções de autoavaliação sob o olhar de educadores e educadoras que atuam na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental

Abstract

O presente trabalho tem por objetivo compreender de que forma educadores(as) de escolas públicas e particulares de Salvador/BA concebem a autoavaliação com os(as) educandos(as) das primeiras etapas de escolarização. Na busca por alcançar este propósito, formulou-se a seguinte questão de pesquisa: “Como os(as) educadores(as) concebem a autoavaliação com as crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I?”. Desta forma, nos propusemos a desenvolver uma investigação com vistas a entender de que forma (e se) estes(as) profissionais compreendem e desenvolvem a autoavaliação em suas práticas pedagógicas; discutir acerca do conceito e funções da autoavaliação nos processos de ensino e aprendizagem; conhecer os possíveis critérios propostos para crianças avaliarem suas produções; identificar (se existem) práticas de autoavaliação realizadas pelos educadores(as) com seus(suas) educandos(as) Educação Infantil e Ensino Fundamental I. Para fundamentação teórica e analítica foram utilizados autores especialistas na área de Avaliação, a exemplo de Esteban, Freitas e Fernandes, Hadji, Hoffmann, Lima, Luckesi, Sant´anna, Villas Boas, entre outros; bem como autores alinhados à Nova Sociologia da Infância, como Corsaro, Kramer, Lajolo, Qvortrup, Sarmento, Sirota, dentre outros. Considerando o objetivo proposto, fez-se a opção pela pesquisa exploratória, visando ampliar conhecimentos e proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito. Utilizou-se da revisão de literatura e da análise de questionários, que foram enviados e respondidos online por 24 (vinte e quatro) educadores(as). Como conclusões à investigação, percebemos que a maioria dos(as) educadores(as) concorda com a necessidade de desenvolver práticas autoavaliativas que promovam a escuta e participação ativa das crianças. Alguns demonstram confusão conceitual ao vincularem autoavaliação à atribuição de notas, entretanto a grande maioria reconhece que não há coerência em atrelar práticas autoavaliativas à autonotação. Em geral os(as) respondentes não especificaram critérios para a autoavaliação com crianças, mas afirmaram a necessidade de estipulá-los previamente. Percebeu-se, ainda, que a autoavaliação é considerada uma prática em potencial para o desenvolvimento da autonomia com crianças, ainda que pouco ou sub utilizadas no dia a dia. As concepções de criança e infâncias manifestadas também se alinham aos estudos teóricos, reconhecendo o protagonismo e capacidades das crianças. Em linhas gerais, conseguimos dar conta das questões mobilizadoras dessa investigação e esperamos que este trabalho possa servir de estímulo para outros(as) pesquisadores(as) interessados no tema.