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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40566
Tipo: Tese
Título: A emergência dos marcadores de especificidade aí/lá no português brasileiro: uma proposta a partir da análise e da descrição de línguas africanas no espaço Atlântico
Título(s) alternativo(s): The emergence of aí/lá specificity markers in brazilian portuguese: analysis and description of african languages ​​in the Atlantic space
Autor(es): Paranhos, Ramon Arend
Primeiro Orientador: Figueiredo, Maria Cristina Vieira de
metadata.dc.contributor.referee1: Silva, Maria Cristina Vieira de Figueiredo
metadata.dc.contributor.referee2: Cyrino, Sonia Maria Lazzarini
metadata.dc.contributor.referee3: Souza, Lílian Teixeira de
metadata.dc.contributor.referee4: Silva, Wellington Santos da
metadata.dc.contributor.referee5: Silva, Wânia Miranda Araújo da
Resumo: Neste estudo, descrevo as propriedades sintáticas de aí e de lá como marcadores de especificidades (SpMs) na frase nominal (DP) do Português Brasileiro (PB) a partir dos pressupostos da teoria gerativa no modelo cartográfico (Giusti, 2002; Aboh, 2004; Laenzlinger, 2017). Busco explicar como esse fenômeno emerge do resultado do processo de contato linguístico no espaço Atlântico, fazendo uso da hipótese da competição e seleção (Mufwene, 2001; Aboh, 2015). As questões centrais foram: 1) O que são SpMs?; 2) Por que aí e lá atuam como SpMs no PB? Para tanto, realizei a revisão bibliográfica de: (i) a especificidade em línguas humanas, principalmente as línguas africanas que estiveram em contato com o português; (ii) fatores sócio-históricos da participação de diversos grupos sociais e linguísticos no Atlântico que envolvem a escravização e o colonialismo e foram fundamentais para a emergência de uma cultura crioula atlântica. Após levantamento, descrevi os SpMs no PB com base na literatura gerativista e analisei suas propriedades semânticas, pragmáticas e sintáticas, partindo do pressuposto de que esse é um fenômeno da interface. Quando o falante faz uso de aí ou de lá em um DP indefinido, expressa sua intenção pragmática em especificar um subconjunto ancorado no discurso. Discuto as propriedades pragmáticas e como esses marcadores são usados em contextos de especificidade referencial, de escopo e de leitura epistêmica. Os SpMs podem indicar leitura de tipo, com nomes massa, ou de grau, com nomes abstratos, podem coocorrer também com nomes nus, indicando uma leitura de tipo, e com pronomes indefinidos, mas, nesse último caso, a especificidade pode ser anulada. Em relação às propriedades sintáticas, argumento que aí e lá ocupam a posição de Topo, tendem a ser pós-nominais, exceto em contexto de relativa. Apresento representações arbóreas do DP com uso da especificidade e operações de move. Em seguida, discuto como o PB emerge em situação de contato, apresentando fatos sócio-históricos para delinear a ecologia de contato. Demonstro que as principais línguas africanas faladas no Brasil foram as línguas gbe, o iorubá e as línguas bantu. Nas línguas gbe e no iorubá, há SpMs pós-nominais que marcam especificidade e ocupam a posição de Topo. Nas línguas bantu, o aumento (ou pré-prefixo) atua como SpM e é sempre pré-nominal. Defendo a tese de que SpMs ocupam a posição de Topo, conforme ocorre nas línguas africanas analisadas, e emergiram no PB em contextos indefinidos porque são selecionados em um processo de competição de traços, já que são relacionados à interface sintático-discursiva (Aboh, 2015). Sistematizo quatro argumentos para defesa dessa tese de ordens distintas: histórica, descritiva, teórica e comparativa. Demonstro que as formas de aí e de lá foram selecionadas por causa de suas propriedades sintático-discursivas dêiticas e que a emergência de SpMs, em contextos definidos, foi bloqueada por demonstrativos e por possessivos que eram mais competitivos em termos de interfaces.
Abstract: In this study, I describe the syntactic properties of 'aí' and 'lá' as specificity markers (SpMs) in the nominal phrase (DP) of Brazilian Portuguese (BP) within the generative theory in the cartographic model (Giusti, 2002; Aboh, 2004; Laenzlinger, 2017). I seek to explain how this phenomenon emerges as a result of linguistic contact processes in the Atlantic space, employing the hypothesis of competition and selection (Mufwene, 2001; Aboh, 2015). The central questions were: 1) What are SpMs?; 2) Why do 'aí' and 'lá' act as SpMs in BP? Therefore, I conducted a bibliographic review on: (i) specificity in human languages, especially African languages that have been in contact with Portuguese; (ii) socio-historical factors involving the participation of various social and linguistic groups in the Atlantic, which involves slavery and colonialism and were crucial for the emergence of an Atlantic creole culture. After the review, I described SpMs in BP based on generative literature and analyzed their semantic, pragmatic, and syntactic properties, assuming it as an interface phenomenon. When speakers use 'aí' or 'lá' in an indefinite DP, they express their pragmatic intention to specify a discourse-anchored subset. I discuss the pragmatic properties and how these markers are used in contexts of referential specificity, scope, and epistemic reading. SpMs can indicate type reading, with mass nouns, or degree reading, with abstract nouns, they can also co-occur with bare nouns, indicating a type reading, and with indefinite pronouns, but in this last case, specificity may be annulled. Regarding syntactic properties, I argue that 'aí' and 'lá' occupy the position of Topo, tending to be post-nominal, except when there are relatives. I present tree representations of DP using specificity and move operations. Then, I discuss how BP emerges in a contact situation, presenting socio-historical facts to delineate the contact ecology. I demonstrate that the main African languages spoken in Brazil were the Gbe languages, Yoruba, and Bantu languages. I describe the use of SpMs in these languages. In Gbe languages and Yoruba, there are post-nominal SpMs that mark specificity and occupy the position of Topo. I argue that SpMs occupy the position of Topo and emerged in BP in indefinite contexts because they are selected in a process of competition of features since they are related to the syntactic-discursive interface (Aboh, 2015). I systematize four arguments to support this thesis of different orders: historical, descriptive, theoretical, and comparative. I demonstrate that the forms 'aí' and 'lá' were selected due to their deictic syntactic-discursive properties and that the emergence of SpMs, in defined contexts, was blocked by demonstratives and possessives that were more competitive in terms of interfaces.
Palavras-chave: Marcadores de especificidade
Contato linguístico
Português Brasileiro
Línguas africanas
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::TEORIA E ANALISE LINGUISTICA
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Letras
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Citação: Paranhos (2024)
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40566
Data do documento: 29-Abr-2024
Aparece nas coleções:Tese (PPGLINC)

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