Skip navigation
Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40568
Tipo: Tese
Título: Narrativas intersexo: um nó nos mitos epistemológicos fundantes
Título(s) alternativo(s): Intersex narratives: a knot in the founding epistemological myths
Autor(es): Herrejón, Elvira Mejía
Primeiro Orientador: Zoghbi, Denise Maria Oliveira
metadata.dc.contributor.referee1: Melo, Iran Ferreira de
metadata.dc.contributor.referee2: Borba, Rodrigo
metadata.dc.contributor.referee3: Mattos, Lavínia Neves dos Santos
metadata.dc.contributor.referee4: Oliveira, Daniele de
metadata.dc.contributor.referee5: Zoghbi, Denise Maria Oliveira
Resumo: Em um contexto de comemoração pelo fato de no dia 4 de abril de 2024, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas ter aprovado a primeira resolução (A/HRC/55/L. 9) sobre a discriminação, violência e práticas prejudiciais contra as pessoas intersexo, busca-se desvendar a maneira em que os epistemes, produzidos por adultos intersexo, clareiam a importância e efetivação do devir no acontecimento narrativo com vistas à construção de percepções que reflitam a quebra de paradigmas e a desestabilização do monopólio científico epistêmico de caráter heteropatriarcal. Objetiva-se questionar a apropriação do conhecimento, propondo uma semiótica desorientadora do cistema na queerização do self e da linguagem; analisar os efeitos da imposição heteropatriarcal no controle biomédico sobre corpos e sexualidades não binárias; investigar verdades cristalizadas responsáveis pelo ar de mistificação atribuído ao instinto materno e e à omissão da cultura do estupro e especificar as contradições de predominância binária, as imposições identitárias, as nomeações vinculantes e os paradoxos interseccionais como resguardo das diferenças; a partir de um corpus consistente em 24 narrativas, publicadas em plataformas como a Brújula intersexual do México e outros espaços virtuais, administrados por pessoas com variações intersexo. Em uma abordagem qualitativa que se vincula teórica e metodologicamente à indisciplinar e queer Linguística Aplicada em interface com a Análise Crítica do Discurso (doravante LA e ACD respectivamente), aos estudos feministas e decoloniais, a fim de problematizar o biopoder que valida as cirurgias não consensuais em crianças intersexo. Por meio da revisão de literatura especializada, de trabalhos acadêmicos anteriores se constrói uma base teórica sólida na análise das referidas narrativas, desmitificando princípios epistemológicos fundantes no descentramento da linguagem, ainda muito atrelada às hierarquias internas e às relações de poder que lhe impedem ir além de abordagens interdisciplinares sobre práticas violadoras de direitos personalíssimos. Entre os resultados constata-se que as narrativas intersexo são epistemes queer, indisciplinares e emergentes que atravessam as ciências sociais e as humanidades como incursões discursivas decoloniais que questionam o objetivismo científico e a imparcialidade que ratifica o controle dos corpos; denunciam as práticas biomédicas que banalizam o direito à autonomia na esfera pessoal e se opõem às cirurgias não consensuais. Advoga-se a oportuna reelaboração discursiva e pedagógica das narrativas intersexo para que não se reduzam à desabafo catártico as lembranças pungentes e traumáticas de difícil verbalização, mas que, ganhando a necessária projeção política no espaço público, possam se somar à verdade factual epistemológica com desdobramentos éticos, morais, educacionais e jurídicos que renovem as políticas públicas educacionais e da saúde sobre diversidade sexual, em alinhamento com os Direitos Humanos.
Abstract: In a context of celebration for the fact that on April 4, 2024, the United Nations Human Rights Council approved the first Resolution (A/HRC/55/L. 9) on discrimination, violence and harmful practices against intersex people, we seek to unravel the way in which epistemes, produced by intersex adults, clarify the importance and effectiveness of becoming in the narrative event with a view to constructing perceptions that reflect the breaking of paradigms and the destabilization of the epistemic scientific monopoly of a heteropatriarchal nature. The aim is to question the appropriation of knowledge, proposing a disorienting semiotics of the cysteme in the queerization of the self and language; to analyze the effects of heteropatriarchal imposition on biomedical control over non-binary bodies and sexualities; investigate crystallized truths responsible for the air of mystification attributed to maternal instinct and the omission of the rape culture and specify the contradictions of binary predominance, identity impositions, binding nominations and intersectional paradoxes as a safeguard for differences; based on a corpus consisting of 24 narratives, published on platforms such as Brújula intersexual in Mexico and other virtual spaces, managed by people with intersex variations. In a qualitative approach that is theoretically and methodologically linked to the indisciplinary and queer Applied Linguistics in interface with Critical Discourse Analysis (hereinafter LA and ACD respectively), to feminist and decolonial studies, in order to problematize the biopower that validates non-consensual surgeries on intersex children. Through a review of specialized literature and previous academic works, a solid theoretical basis is constructed for the analysis of these narratives, demystifying epistemological principles that underlie the decentering of language, which is still very much tied to internal hierarchies and power relations that prevent it from going beyond interdisciplinary approaches to practices that violate very personal rights. Among the results, it is clear that intersex narratives are queer, undisciplinary and emerging epistemes that traverse the social sciences and humanities as decolonial discursive incursions that question the scientific objectivism and the impartiality that ratifies the control of bodies; they denounce biomedical practices that trivialize the right to autonomy in the personal sphere and oppose non-consensual surgeries. We advocate the timely discursive and pedagogical reworking of intersex narratives so that poignant and traumatic memories that are difficult to verbalize are not reduced to cathartic outbursts, but rather that, by gaining the necessary political projection in the public space, they can be added to the epistemological factual truth with ethical, moral, educational and legal developments that renew public educational and health policies on sexual diversity, in alignment with the Human Rights.
Palavras-chave: Narrativas intersexo
Epistemes emergentes
Linguística aplicada
Análise crítica do discurso
Queerização do self e da linguagem
CNPq: LINGUÍSTICA, LETRAS, ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO, ESTUDOS DE GÊNERO E SEXUALIDADE
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Letras
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Citação: HERREJÓN, Elvira Mejía NARRATIVAS INTERSEXO: Um nó nos mitos epistemológicos fundantes / Elvira Mejía Herrejón. -- Salvador, 2024. 278 f. : il
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40568
Data do documento: 9-Abr-2024
Aparece nas coleções:Tese (PPGLINC)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE DE DOUTORADO NARRATIVAS INTERSEXO.pdf3,48 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir
Mostrar registro completo do item Visualizar estatísticas


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.