https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40963
Tipo: | Tese |
Título: | O povo do raio: a cosmopolítica nos coletivos de cinema documentário entre os Guarani |
Título(s) alternativo(s): | The people of the lightning: cosmopolitics in documentary film collectives among the Guarani El pueblo del rayo: cosmopolítica en colectivos de cine documental entre los Guaraníes. |
Autor(es): | Porfírio, Iago |
Primeiro Orientador: | Serafim, José Francisco |
metadata.dc.contributor.referee1: | Brasil, André Guimarães |
metadata.dc.contributor.referee2: | Oliveira, Luciana de |
metadata.dc.contributor.referee3: | Marques, Márcia Gomes |
metadata.dc.contributor.referee4: | Taylor y Aldrete, Rafael Antonio Pérez |
metadata.dc.contributor.referee5: | Serafim, José Francisco |
Resumo: | Propomos nesta tese uma reflexão acerca da constituição da cosmopolítica da imagem no cinema documentário guarani, como via de escapar aos regimes de destruição de vida dos povos tradicionais e formas de construir outros modos de fazer política e condições de existência, tendo como instrumento o cinema. Para isso, estudamos os coletivos de cinema documentário entre os povos Guarani na relação com uma preocupação da cosmopolítica que se inscreve no processo de construção das imagens, a partir das dimensões do dissenso, da performance e da fabulação que mobilizam, por assim dizer, a forma como essa filmografia tem surgido no contexto da cinematografia indígena. A questão central que identificamos no seio dessa produção é a de uma “comunicação intermundos”, de uma produção audiovisual que é feita com o diálogo e com a contribuição das epistemologias do conhecimento ameríndio, com as tecnologias de comunicação, com uma linguagem cinematográfica e as técnicas e modos de fazer audiovisual canonizados em um pensamento filosófico, teórico e político das imagens. Como questão específica, para entender o fenômeno da produção audiovisual indígena como experiência coletiva, estética e política que adentram às formas fílmicas, construímos um breve panorama de experiências e formação de coletivos de cinema entre os povos indígenas da América Latina nas últimas décadas, com especial atenção para Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e México. Esse surgimento de experiências cinematográficas vai constituir o que chamamos de ayllu cinematográfico, para fazer referência ao conceito que corresponde às relações de parentesco entre os povos andinos, associando a uma concepção de comunidade em suas formas de organização cosmológica e política. Partimos de referências teóricas para pensar o dissensual, o fabulativo e o performático como gestos que estão em uma dimensão cosmológica e política dessas produções. Antes disso, fazemos uma reflexão acerca do conceito de cosmopolítica como regime espiritual e político dos Guarani e Kaiowá diante do Antropoceno e das aceleradas mudanças climáticas que afetam a vida desses povos e de não-humanos, por exemplo. Nessa perspectiva, o corpus estudado é constituído por coletivos de cinema entre os Guarani (Mbyá e Kaiowá) e as alianças políticas que estabelecem com outros povos, como os Terena, e também de países vizinhos, como Argentina e Bolívia, sendo eles o Colectivo de Cine Mbyá Guaraní Ara Pyau, entre os Mbyá de Misiones, Argentina, o Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema, entre os Mbyá do Rio Grande do Sul, Brasil, a Associação Cultural dos Realizadores Indígenas de Mato Grosso do Sul (Ascuri), de Mato Grosso do Sul, Brasil, e suas alianças com os povos Terena e os povos de língua quéchua da Bolívia, e Coletivo de Cinema Guahu'i Guyra, entre os Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul. Ao final, propomos como pistas para pesquisas futuras a abordagem metodológica para a análise fílmica com o apoio rede de colaboração em pesquisa, como gesto de descolonizar as leituras das imagens dessas produções entre os povos tradicionais. |
Abstract: | In this thesis, we propose a reflection on the constitution of the cosmopolitics of the image in Guarani documentary cinema, as a way of escaping the regimes of destruction of the lives of traditional peoples and ways of constructing other ways of doing politics and conditions of existence, using cinema as an instrument. To this end, we study the collectives of documentary cinema among the Guarani peoples in relation to a concern for cosmopolitics that is inscribed in the process of constructing images, based on the dimensions of dissent, performance and fabulation that mobilize, so to speak, the way in which this filmography has emerged in the context of indigenous cinematography. The central issue that we identify within this production is that of an “interworldly communication”, of an audiovisual production that is made with dialogue and with the contribution of the epistemologies of Amerindian knowledge, with communication technologies, with a cinematographic language and the techniques and ways of making audiovisual canonized in a philosophical, theoretical and political thought of images. As a specific question, in order to understand the phenomenon of indigenous audiovisual production as a collective, aesthetic and political experience that permeates film forms, we construct a brief overview of experiences and the formation of film collectives among indigenous peoples in Latin America in recent decades, with special attention to Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Colombia, Ecuador, Peru and Mexico. This emergence of cinematographic experiences will constitute what we call a cinematographic ayllu (ayllu cinematográfico), to refer to the concept that corresponds to kinship relations among Andean peoples, associated with a conception of community in its forms of cosmological and political organization. We start from theoretical references to consider the dissensual, the fabulative and the performative as gestures that are in a cosmological and political dimension of these productions. Before that, we reflect on the concept of cosmopolitics as a spiritual and political regime of the Guarani and Kaiowá in the face of the Anthropocene and the accelerated climate changes that affect the lives of these peoples and non-humans, for example. From this perspective, the corpus studied is made up of film collectives among the Guarani (Mbyá and Kaiowá) and the political alliances they establish with other peoples, such as the Terena, and also with neighboring countries, such as Argentina and Bolivia, such as the Colectivo de Cine Mbyá Guaraní Ara Pyau, among the Mbyá of Misiones, Argentina; the Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema, among the Mbyá of Rio Grande do Sul, Brazil; the Cultural Association of Indigenous Filmmakers of Mato Grosso do Sul (Ascuri), of Mato Grosso do Sul, Brazil, and its alliances with the Terena peoples and the quechua-speaking peoples of Bolivia; and the Coletivo de Cinema Guahu'i Guyra, among the Guarani-Kaiowá of Mato Grosso do Sul. Finally, we propose as avenues for future research the methodological approach to film analysis with the support of a research collaboration network, as a gesture of decolonizing the readings of images of these productions among traditional peoples. En esta tesis proponemos una reflexión sobre la constitución de la cosmopolítica de la imagen en el cine documental guaraní, como medio de escapar de los regímenes destructores de vidas de los pueblos tradicionales y formas de construir otros modos de hacer política y condiciones de existencia, utilizando como instrumento el cine. Para ello, estudiamos los colectivos de cine documental del pueblo guaraní en relación con una preocupación cosmopolítica que forma parte del proceso de construcción de imágenes, a partir de las dimensiones del disenso, la performance y la fabulación que movilizan, por así decirlo, la forma en el que esta filmografía ha surgido en el contexto de la cinematografía indígena. El tema central que identificamos dentro de esta producción es el de la “comunicación intermundos”, es decir, una producción audiovisual que se hace con el diálogo y con el aporte de las epistemologías del conocimiento amerindio, con las tecnologías de la comunicación, con un lenguaje cinematográfico y las técnicas y formas de hacer audiovisual canonizados en un pensamiento filosófico, teórico y político de las imágenes. Como cuestión específica, para comprender el fenómeno de la producción audiovisual indígena como una experiencia colectiva, estética y política que entra en formas fílmicas, construimos un breve panorama de las experiencias y formación de colectivos cinematográficos entre los pueblos indígenas de América Latina en las últimas décadas, con especial atención a Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colombia, Ecuador, Perú y México. Este surgimiento de experiencias cinematográficas constituirá lo que llamamos ayllu cinematográfico, para referirnos al concepto que corresponde a las relaciones de parentesco entre los pueblos andinos, asociándolo a una concepción de comunidad en sus formas de organización cosmológica y política. Partimos de referentes teóricos para pensar lo disensual, lo fabulativo y lo performativo como gestos que se encuentran en una dimensión cosmológica y política de estas producciones. Antes, reflexionamos sobre el concepto de cosmopolítica como régimen espiritual y político de los Guaraní-Kaiowá frente al Antropoceno y los acelerados cambios climáticos que afectan la vida de estos pueblos y de los no-humanos, por ejemplo. Desde esta perspectiva, el corpus estudiado está conformado por los colectivos cinematográficos entre los guaraníes (Mbyá y Kaiowá) y las alianzas políticas que estos establecen con otros pueblos, como los Terena, y también con países vecinos, como Argentina y Bolivia, siendo los Colectivo de Cine Mbyá Guaraní Ara Pyau, entre los Mbyá de Misiones, Argentina, el Coletivo Mbyá-Guarani de Cine, entre los Mbyá de Rio Grande do Sul, Brasil, la Asociación Cultural de Realizadores Indígenas de Mato Grosso do Sul (Ascuri), de Mato Grosso do Sul, Brasil, y sus alianzas con el pueblo Terena y el pueblo quechuahablante de Bolivia, y el Colectivo de Cine Guahu'i Guyra, entre los Guaraní-Kaiowá de Mato Grosso do Sul. Al final, proponemos como pistas para futuras investigaciones el abordaje metodológico del análisis cinematográfico con el apoyo de una red de colaboración en investigación, como gesto de descolonización de las lecturas de imágenes de estas producciones entre los pueblos tradicionales. |
Palavras-chave: | Cinema indígena Documentário Guarani Cosmopolítica das Imagens Dissenso Fabulação Performance |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora / Evento / Instituição: | Universidade Federal da Bahia |
Sigla da Instituição: | UFBA |
metadata.dc.publisher.department: | Faculdade de Comunicação |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM) |
Citação: | ABNT |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40963 |
Data do documento: | 14-Nov-2024 |
Aparece nas coleções: | Tese (PÓSCOM) |
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Tese.O povo do raio.Versão final corrigida..pdf | Tese | 17,23 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.