Abstract: | Na Itália, na passagem da década de 1960 para 1970, um quadro de fortes conflitos políticos
nacionais repercutia sobre a vida universitária, sobre as pesquisas e ensejava profundas
mudanças nas visões sobre a essência da ciência e sobre as práticas de investigação
estabelecidas. O nível de radicalização gerou divergências e polarizações nas comunidades
científicas, passando a ameaçar de cisão a Sociedade Italiana de Física, SIF. A ruptura não
aconteceu graças à uma dinâmica endógena à própria comunidade que, mediante debates e
propostas acadêmicas, encontrou a rota da pacificação. Esse processo tornou-se objeto de
atenção de historiadores da ciência, interessados em explicar as condutas e protagonismos de
membros da sociedade. As narrativas sugerem papeis importantes tanto das lideranças formais
como das lideranças difusas, que emergiam de reuniões e assembleias, na proposição de temas
para a Escola de Verão Enrico Fermi, que tinha lugar na cidade de Varenna. O objeto desta
tese é tentar verificar como atuaram estas lideranças e se houve maior destaque ou supremacia
de um tipo ou de outro. O campo de conhecimento desta pesquisa é a história da ciência com
foco na comunidade de pesquisadores e o procedimento metodológico empregado privilegiou
a utilização de fontes primárias como questionários aplicados à alguns informantes
qualificados, pesquisadores da época, análise de epistolário entre esses pesquisadores e outras
fontes como comunicações científicas. Os resultados esperados ajudarão a entender a solução
da controvérsia.
Palavras chaves: Décadas de 1960-70 do século passado; Sociedade Italiana de Física, SIF;
Comunidade de física; Escola de Verão Enrico Fermi |