A Teoria do Reconhecimento em Sartre: corpo e intersubjetividade

Abstract

O caminho para uma possível reflexão a respeito de uma luta por reconhecimento em Sartre foi, para nós, a partir do corpo humano na perspectiva sartriana. Porém, antes, proporcionamos alguns conceitos sartrianos; transcorremos pela questão do conflito – objetificar ou ser objetificado pelo olhar do outro; aproximamo-nos do pensamento hegeliano a partir da leitura sartriana e realizamos uma breve análise entre Sartre e Hegel no que tange ao reconhecimento do outro. Além disso, esta pesquisa nos exigiu que fizéssemos distinções entre os conceitos de reconhecimentos, que estão tanto presentes em Sartre quanto em Hegel, levando-nos a analisar o reconhecimento ontológico em Sartre como crítica ao reconhecimento gnosiológico e, por fim, o lugar do corpo. O corpo, em um dado momento, tornou-se relevante, já que todo esse exame ficaria abstrato se não houvesse a presença dele. Então, investigamos como o corpo se faz presente na intersubjetividade, compreendendo que ele oferece concretude para a luta por reconhecimento que, aqui, veio desde a consciência em Hegel, passando pela consciência em Sartre e “findando” no corpo sartriano. Assim, concluímos que a filosofia de Sartre permite uma discussão sobre a luta por reconhecimento, discussão essa bastante atual no âmbito filosófico. O pensamento sartriano observa a circunspecção do corpo, o qual expressa a concretude nas relações intersubjetivas: sem o corpo não há reconhecimento do outro.

The path to a possible reflection on a struggle for recognition in Sartre was, for us, from the human body in the sartrian perspective. However, before, we provide some Sartrian concepts; we go through the issue of conflict - objectifying or being objectified through the eyes of the other; we approach Hegelian thinking based on Sartrian reading and carry out a brief analysis between Sartre and Hegel with regard to the recognition of the other. Furthermore, this research required us to make distinctions between the concepts of recognitions, which are present in both Sartre and Hegel, leading us to analyze the ontological recognition in Sartre as critical to the gnosiological recognition and, finally, the place of the body. The body, at a given moment, became relevant, since this whole examination would be abstract if it were not present. Then, we investigate how the body is present in intersubjectivity, understanding that it offers concreteness for the struggle for recognition that, here, came from consciousness in Hegel, passing through consciousness in Sartre and “ending” in the sartrian body. Thus, we conclude that Sartre's philosophy allows a discussion about the struggle for recognition, a discussion that is very current in the philosophical sphere. Sartrian thought observes the circumspection of the body, which expresses concreteness in intersubjective relationships: without the body there is no recognition of the other.