Diálogos sobre avaliação no ensino fundamental: falas de educadoras do 1º, 2º e 3ºano

Abstract

Este trabalho teve como objetivo analisar as práticas avaliativas a partir das falas de educadoras que atuam no 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação de Salvador/BA. Tendo como problema de pesquisa a seguinte pergunta: Como as educadoras desenvolvem as práticas avaliativas no 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação Salvador/BA? A fundamentação teórica foi desenvolvida com a contribuição de autores/as como Esteban (2003; 2006), Freitas e Fernandes (2007), Luckesi (2011; 2018) e Villas Boas (2007; 2019). Desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, com os princípios da investigação explicativa, além da pesquisa bibliográfica, com estudos de produções científicas na área da Avaliação. Além disso, a metodologia é composta por entrevistas semi-estruturadas com sete educadoras da Rede Municipal de Educação de Salvador/BA que responderam a um questionário composto por perguntas subjetivas sobre as práticas avaliativas desenvolvidas nos três primeiros anos do Ensino Fundamental. Para analisar as informações da pesquisa, utilizamos tópicos temáticos de análise inspirados na Análise de Conteúdo de Bardin (2011). Os resultados da pesquisa, com as falas das educadoras, apontaram que: 1) a concepção de Avaliação é entendida como processo; 2) o ato de avaliar não deve ser confundido com práticas examinatórias; 3) a prática avaliativa envolve não apenas a Avaliação da produção da educanda como acompanhamento das aprendizagens, mas também a autoavaliação do trabalho docente; 4) o planejamento da prática avaliativa precisa ser flexível e centrado no processo de aprendizagemensino; 5) as cobranças e a burocracia do sistema educacional sobrecarregam o trabalho docente, em especial, durante a Pandemia; 6) há necessidade de formação continuada em torno da Avaliação que promova a aprendizagem, a inclusão e a democracia. Fundamentado na análise das respostas das educadoras, concluímos que as educadoras compreendem o papel da Avaliação, e entendem que a prática examinatória precisa ceder lugar para o ato de avaliar enquanto ação de acompanhamento que envolve orientação e mediação para a construção de aprendizagens dos sujeitos envolvidos.