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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35720
Tipo: Dissertação
Título: "Beije sua preta em praça pública": da apropriação do corpo à apropriação do espaço
Título(s) alternativo(s): "Kiss your black in a public square": from the appropriation of the body to the appropriation of space
Autor(es): Rosa, Crislane Palma da Silva
Primeiro Orientador: Serpa, Angelo Szaniecki Perret
metadata.dc.contributor.referee1: Serpa, Angelo Szaniecki Perret
metadata.dc.contributor.referee2: Mano, Maíra Kubík
metadata.dc.contributor.referee3: Barbosa, Jorge Luiz
Resumo: A partir da repetida leitura de um excerto do poema escrito por Lande Onawale (1991), iniciei uma série de questionamentos acerca da presença de lésbicas e mulheres negras em espaços públicos. Afinal, quem pode beijar “sua preta em praça pública”? Há, por trás do poema, uma série de outros imperativos que compõem essa “Bandeira” e a mantém, mesmo após vinte anos, como um símbolo para a população negra. Como a Geografia poderia me ajudar a compreendê-la em profundidade? Ora, um dos caminhos trilhados nesta dissertação foi analisar como as relações sociais de sexo, de raça e de classe se reproduzem, tendo como premissa que: estas relações sociais são imbricadas, não havendo hierarquia entre elas; que, como afirma Carlos (2015, p.13), “as relações sociais se realizam na condição de relações espaciais”, logo, a partir da análise das práticas espaciais, seria possível encontrar indícios de como tais relações se materializam; e que as ausências podem ser tão reveladoras das práticas espaciais quanto as presenças, tornando-as um par dialético necessário para o desenvolvimento desta pesquisa. Através de levantamentos bibliográficos e de dados, entrevistas semiestruturadas, visitas de campo e registros fotográficos, busquei construir uma análise comparativa entre as práticas espaciais realizadas nas Praças Arthur Lago e Ana Lúcia Magalhães, em Pernambués e na Pituba, respectivamente, a fim de compreender como o par fragmentação-articulação do espaço urbano (CORREA, 1993) se reproduz em bairros fundamentalmente desiguais. Esta comparação, portanto, se constrói à medida que contextualizamos a formação histórica de cada bairro, inserindo-os no contexto soteropolitano, baiano e brasileiro, para demonstrar como as divisões do trabalho dividem o espaço desde o processo de acumulação primitiva do capital até a atualidade. A interpretação dos habitus, expressados pelas/os moradoras/es mediante os gostos de luxo e de necessidade, foi um instrumento central para uma aproximação dos recortes espaciais em questão, na busca por fazer uma leitura que não reduzisse a classe social à classe de renda, e não a reificasse perante as relações sociais de sexo e de raça. Nesse ínterim, os conceitos de território, territorialização, lugar e lugarização (SERPA, 2017, 2020), pensados pela perspectiva da imbricação das relações sociais, foram fundamentais para chegarmos à questão: há lugar para as mulheres negras? E retomarmos, por conseguinte, a questão inicial: quem pode beijar a sua preta em praça pública?
Abstract: From the repeated reading of an excerpt from the poem written by Lande Onawale (1991), I started a series of questions about the presence of lesbians and black women in public spaces. After all, who can kiss “your black woman in a public square”? There are, behind the poem, a series of other imperatives that make up this “Flag” and keep it, even after twenty years, as a symbol for the black population. How could Geography help me to understand it in depth? One of the paths followed in this dissertation was to analyze how the social relations of sex, race, and class are reproduced, based on the premise that: these social relations are intertwined, with no hierarchy between them; as Carlos (2015, p. 13) states, “social relationships are carried out in the condition of spatial relationships”, so, from the analysis of spatial practices, it would be possible to find evidence of how such relationships materialize; and that absences can be as revealing of spatial practices as presences, making them a necessary dialectical pair for the development of this research. Through bibliographic and data surveys, semi-structured interviews, field visits, and photographic records, I sought to build a comparative analysis between the spatial practices carried out in Arthur Lago and Ana Lúcia Magalhães Squares, in Pernambués and Pituba, respectively, to understand how the fragmentation-articulation pair of urban space (CORREA, 1993) is reproduced in fundamentally unequal neighborhoods. This comparison, therefore, is built as we contextualize the historical formation of each neighborhood, inserting them in the Salvador, Bahia, and Brazilian contexts, to demonstrate how the divisions of labour divide the space from the process of primitive accumulation of capital to nowadays. The interpretation of the habitus, expressed by the residents through the tastes of luxury and necessity, was a central instrument for an approximation of the spatial cuts in question, in the search for a reading that did not reduce the social class to the income class, and did not reify it in the face of social relations of sex and race. In the meantime, the concepts of territory, territorialization, place, and sense of place (SERPA, 2017, 2020), engendered from the perspective of the imbrication of social relations, were fundamental to get to the question: is there a place for black women? We return, therefore, to the initial question: who can kiss their black woman in a public square?
Palavras-chave: Relações sociais
Lugarização
Territorialização
Imbricação
Praças públicas
Geografia humana
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA HUMANA
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: Universidade Federal da Bahia
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Geociências
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Citação: ROSA, Crislane Palma da Silva. “Beije sua preta em praça pública”: da apropriação do corpo à apropriação do espaço. 2022. 373 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Ba, 2022.
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35720
Data do documento: 25-Abr-2022
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