https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41144
Tipo: | Tese |
Título: | Sarcocystis bertrami em tecidos de equinos da Bahia: frequência de infecção, análise ultraestrutural e bioensaio em cães |
Autor(es): | Marques, Caroline Dantas Primo |
Primeiro Orientador: | Gondim, Luís Fernando Pita |
metadata.dc.contributor.referee1: | Gondim, Luís Fernando Pita |
metadata.dc.contributor.referee2: | Dittrich, Rosângela Locatelli |
metadata.dc.contributor.referee3: | Alves, Lêucio Camara |
metadata.dc.contributor.referee4: | Munhoz, Alexandre Dias |
metadata.dc.contributor.referee5: | Vogel, Fernanda Silveira Flôres |
Resumo: | Equinos são hospedeiros intermediários de protozoários do gênero Sarcocystis, reconhecidamente das espécies S. bertrami (sinônimo: S. fayeri) e S. neurona. S. bertrami apresenta baixa patogenicidade para os equinos, associada, esporadicamente, à ocorrência de miosite; enquanto em humanos, tem sido relatada como possível responsável por quadros de toxinfecção após consumo de carne equina crua ou mal-passada, contendo cistos viáveis do parasito. S. neurona, por sua vez, é o principal agente da mieloencefalite protozoária equina (EPM), uma doença de curso neurológico que causa grande debilidade ao animal. O objetivo deste estudofoi caracterizar por métodos morfológico, ultraestrutural e molecular Sarcocystis bertrami em músculos de equinos obtidos no estado da Bahia. Bem como, a realização de bioensaio em cães para a avaliação morfológica e molecular das formas parasitárias de S. bertrami excretadas nas fezes caninas. Para a realização do estudo, foram colhidos de um frigorifico 245 fragmentos musculares (masseter, língua, esôfago, coração, diafragma e glúteo) de 51 equinos, os quais formam avaliados através de cinco diferentes técnicas como squash, maceração tecidual, digestão por pepsina ácida, histologia e microscopia eletrônica de transmissão - MET. A análise molecular dos tecidos foi direcionada para o marcador COX-1. Parte do tecidomuscular positivo para a presença de cistos foi administrada para os cães do bioensaio na proporção de 40 gramas/animal ao longo de três dias consecutivos. A avaliação molecular dos esporocistos obtidos a partir da excreção foi direcionada parao gene do 18S rRNA e ITS-1. Foi verificada uma frequência de 100% de infecção por S. bertrami nos equinos avaliados através da técnica de maceração tecidual. Na avaliação histológica visibilizou-se sarcocistos septados, dispersos de forma aleatória no interior das fibras musculares. Por meio da MET foi realizada uma avaliação ultraestrutural do cisto, o qual apresentava-se delimitado pela membrana ondulada do vacúolo parasitóforo, a camada granular com espessura variável dependendo da região de observação, e em algumas regiões, notavam-se projeções vilosas digitiformes inclinadas ou dobradas. Devido a essas características, o cisto foi classificado como tipo 11. A análise molecular das amostras de tecidos musculares individualizados observou-se até 99% de coverage/identidade com sequências de S. bertrami disponíveis no Genbank. Os cães dois infectados experimentalmente excretaram oocistos e/ou esporocistos por 13 e 47 dias, com períodos pré-patentes de 13 e 23 dias. Os esporocistos apresentavam dimensões semelhantes entre si, com tamanhos de 12,78 - 15,28 (14,19 ± 0,53) x 8,95 – 10,86 (10,06 ± 0,44) µm. A excreção de oocistos/esporocistos ao longo dos dias foi bastante variável e com uma quantidade média diária de 1,8 x103 esporocistos/µL. O sequenciamento obtido a partir do fragmento 18S apresentou 100% de coverage/identidade a sequências homólogas de Sarcocystis bertrami (S. fayeri) disponíveis no GenBank. A elevada frequência de infecção por S. bertrami em fragmentos musculares de equinos destinados ao consumo humano pode representar um risco à saúde pública, devido ao potencial enterotoxigênico deste parasito para humanos. Os cães atuam como importantes disseminadores do parasito no ambiente, fato comprovado no presente estudo, em que se verificou um padrão de excreção relativamente longo (47 dias), quando comparado a outras espécies de coccídios excretados por cães, como Neospora caninum e Hammondia heydorni, cujas patências são aproximadamente uma a duas semanas. |
Abstract: | Horses are hosts of protozoa from the genus Sarcocystis, whose species are known as S. bertrami (synonymous: S. fayeri) and S. neurona. The first one has low pathogenicity for horses, being associated, sporadically, with the occurrence of myositis in this animal species; in humans, intoxication has been reported after consumption of raw or undercooked equine meat, containing viable cysts of the parasite. S. neurona, in turn, is the main agent of equine protozoal myeloencephalitis (EPM). The aim of the study was to characterize by morphological and molecular methods, Sarcocystis spp. with potential for the development of sarcocysts in equine muscles obtained in the state of Bahia, as well as the performance of a bioassay in dogs for morphological and molecular evaluation of the parasitic forms of Sarcocystis spp. excreted in canine stool. The study was carried out using muscle fragments collected from 51 horses, which were inspected macro- and microscopically through techniques such as squash, tissue maceration, acid pepsin digestion, histology and transmission electron microscopy - TEM for the presence of cysts or bradyzoites. Aliquots of these samples were processed for DNA extraction and molecular analysis. Part of the muscle tissue that had cysts was administered to the dogs in the bioassay, using the proportion of 40 grams/animal over three consecutive days. Infection by Sarcocystis spp. reached a frequency of 100% in the evaluated horses. In histological evaluation, several sarcocysts were noted, which were highly septate, randomly dispersed within the muscle fibers, with variable sizes and shapes according to the section of the cut. Through TEM, each cyst was delimited by the membrane of the parasitophorous vacuole, whose shape was wavy and covered by an electron-dense layer, a granular layer with variable thickness depending on the region of observation, and in some regions, projections were noted slanted or bent digitiform villous. Due to these characteristics, the cyst was classified as type 11. The dogs used in the bioassay received muscle fragments and excreted oocysts and/or sporocysts for 13 and 47 days, with pre-patent periods of 13 and 23 days. Inside the oocysts, two sporocysts, each containing four sporozoites, residual granules and absence of Stieda's body were observed. The sporocysts had similar dimensions to each other, with sizes of 12.78 - 15.28 (14.19 ± 0.53) x 8.95 – 10.86 (10.06 ± 0.44) µm. The excretion of oocysts/sporocysts over the days was quite variable, with an daily average amount of 1.8 x103 sporocysts/µL. The high frequency of infection by Sarcocystis spp. in muscle fragments of horses destined for human consumption may represent a risk to public health, due to the enterotoxigenic potential of this parasite for humans. Dogs act as large disseminators of the parasite in the environment, a proven fact in this present study, in which a relatively long excretion pattern (47 days) was observed when compared to other species of coccidia excreted by dogs, such as Neospora caninum and Hammondia heydorni, whose patent periods are approximately one to two weeks. |
Palavras-chave: | Equídeos Sarcocystidae Saúde pública Medicina veterinária Parasitologia veterinária Relação hospedeiro-parasito Coccídio Cavalos - Doenças |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Editora / Evento / Instituição: | Universidade Federal da Bahia |
Sigla da Instituição: | UFBA |
metadata.dc.publisher.department: | Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT) |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41144 |
Data do documento: | 28-Fev-2022 |
Aparece nas coleções: | Tese (PPGCAT) |
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
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