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Universidade Federal da Bahia |
Repositório Institucional da UFBA
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38449
Tipo: Tese
Título: Articulações de "úteros" fecundos banhados com águas de feto e afeto em Maya Angelou e Conceição Evaristo.
Autor(es): Moreira, Josinélia Chaves
Primeiro Orientador: Souza, Lívia Maria Natália de
metadata.dc.contributor.referee1: Souza, Lívia Maria Natália de
metadata.dc.contributor.referee2: Duarte, Rosinês de Jesus
metadata.dc.contributor.referee3: Silva, Fabiana Carneiro da
metadata.dc.contributor.referee4: Silva, Assunção de Maria Sousa e
metadata.dc.contributor.referee5: Sales, Cristian de Souza
Resumo: Esta escrita-gestada escrevivente é uma leitura-correnteza de experiências de maternidades nas Améfricas (GONZALEZ, 1988a), em textos literários de Maya Angelou (2010, 2018a, 2018b), Conceição Evaristo (2016a, 2016b) e de outras escritoras negras. Molho essa investigação também com as minhas memórias de uma comunidade de mulheres que me acompanham nessa trança criativa. Apresento como questão de pesquisa: como e por que as escrevivências evidentes nas obras escolhidas como corpora de pesquisa fecundam uma escrita matripotente? Como objetivo geral: evidenciar como as escrevivências presentes nos corpora escolhidos herdam um legado que pretendem fecundar uma nova travessia de interpretação sobre maternidades negras na literatura das Améfricas. Para atingir tal objetivo geral, os seguintes objetivos específicos foram necessários: i) articular a escrita de “úteros” fecundos de Maya Angelou e Conceição Evaristo, por meio das cartografias de temas, elementos, atravessamentos e cenas de maternidades negras; ii) identificar como o processo de engravidar, gestar, nutrir e cuidar das crianças, o próprio lugar da instituição maternidade para mulheres negras, está relacionado a uma série de direitos sequestrados; iii) descrever, nessas escritas matripontes, como e por que as maternidades e as maternagens aparecem sob o ponto de vista e com o corpo de mulheres negras, mesmo diante das precariedades de existência e das solidões cotidianas; iv) examinar, nessas escrevivências diaspóricas de maternidades negras, as categorias estéticas-literárias de úteros-fala como lugar do afeto, lealdade, liberdade, ancestralidade e do amor, dado o significado político, social e afetivo dessas práticas. Para tanto, cocrio de joelhos com a matripotência de Oyěwùmí (2016), a noção de escrita-trança como alinhavo metodológico das memórias ancestrais tecidas e retecidas nesse movimento embrionário de retorno à nossa casa-uterina, por meio de contrações solares escreviventes (EVARISTO, 2007; 2020) e interseccionais (CRENSHAW, 2002; COLLINS, 2017; AKOTIRENE, 2018). Ao longo de cada mapa, traçado, rota de palavras, os movimentos foram de quebrar re-presas, irromper com as escritas-águas as camadas que solidificaram (e solidificam) o edifício da maternidade. O trançado dessa leitura cosmopercetiva (OYĚWÙMÍ, 2002) é uma crítica literária negra sobre maternidade como uma gestação, em que cada trimestre/seção teve tubas uterinas que alimentaram o embrião epistêmico em fase de crescimento: i) no primeiro trimestre, relacionei a imagem do úteroprimeiro, como uma potência de continuidade ancestral, com a imagem do útero-cabeceira, nascente, uma fonte de vida para a comunidade, mesmo vilipendiado, controlado, mutilado, não cessou e nem cessa suas águas deslizantes; ii) no segundo trimestre, busquei alinhavar com a imagem do útero-cabaça como essas mães negras guardam/espalham/sopram a vida diante das mais diversas situações: fome, miséria, pobreza, violência e solidões; e, por fim, iii) no terceiro trimestre, através do útero-fala como lugar de cura, fortaleza, invenção e alegria, reverenciei as grandes mães por me ajudarem a entender que a maternidade é metodologia de vida que pulsa nos ventres negros.
Abstract: This escrevivente pregnant-writing is a flow-reading of maternity experiences in the Améfricas (GONZALEZ, 1988a), in literary texts by Maya Angelou, (2010, 2018a, 2018b), by Conceição Evaristo (2016a, 2016b), and by other black women writers. I also wet this investigation with my memories of a community of women who accompany me in this creative braid. The question of research presented is: how and why do the escrevivências evident in the works chosen as research corpora fecundate a matripotent writing? As general objective: to highlight how the escrevivências in the chosen corpora inheirit a legacy that aims to fertilize a new interpretation crossing about black maternities in the literature of the Amefricas. To achieve this objective, the following specific objectives were necessary: i) to articulate the fertile “wombs” writings by Maya Angelou and Conceição Evaristo, by means of the cartography of themes, elements, crossings and scenes of black maternities; ii) to identify how the process of getting pregnant, carrying out pregnancy, nourish and looking after children, the whole place of maternity itself for black women is related to a whole set of kidnapped rights; iii) to describe in these matripotent writings how and why maternities appear from the point of view and the bodies of black women, even in face of the precariousness of existence and everyday loneliness; iv) to examine in these diasporic escrevivências of black maternities the aesthetic-literary categories of uterus-speech as a place of affection, loyalty, freedom, ancestry and love, based on the political, social and affective meaning of such practices. In order to do this, on my knees with Oyěwùmí’s (2016) matripotence, I co-create the notion of braid-writing as a methodological basting of ancestral woven and re-woven memories in this embrionary movement of return to our uterus-house, by means of solar contractions based on escrevivência (EVARISTO, 2007; 2020) and intersecionality (CRENSHAW, 2002; COLLINS, 2017; AKOTIRENE, 2018). Along each map, drawing, words route, the movements were to break dams, to break with the waterwritings through the layers that solidified (and still solidify) the maternity building. The weave of this cosmoperceptive reading (OYĚWÙMÍ, 2002) is a black literary critic about maternity as pregnancy, in which each trimester/ section had fallopian tubes that fed the epistemic embryo in its growing phase: i) in the first trimester, I related the image of the primary-uterus, as ancestral continuity potency, with the image of the uterus-(river)head, a source of life for the community, even though vilified, controlled, mutilated, its sliding waters did not and will not cease; ii) in the second trimester, I sought to baste the image of the uterus-calabash with the way these black women keep/ spread/ blow life in the face of the most adverse situations: hunger, misery, poverty, violence and loneliness; and, finally, iii? in the third semester, through the uterus-speech as a place for healing, strength, invention and joy, I paid tribute to the great mothers to help me understand that maternity is a methodology of life that pulsates in black wombs.
Palavras-chave: Mulheres negras na literatura
Maternidade - Aspectos sociológicos
Afetividade
Angelou, Maya, 1928-2014 - Crítica e interpretação
Evaristo, Conceição, 1946 - Crítica e interpretação
Útero-voz
Útero cabeceira
CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Editora / Evento / Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.department: Instituto de Letras
metadata.dc.publisher.program: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Tipo de Acesso: CC0 1.0 Universal
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/
URI: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38449
Data do documento: 9-Dez-2022
Aparece nas coleções:Tese (PPGLITCULT)

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